10/10/2018 às 18:54 Tayse Watermann Colunistas

Diástase abdominal

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Tayse Watermann

Diástase dos músculos retos abdominais na gravidez e pós-parto.

Com a progressão da gravidez, os músculos abdominais vão sendo submetidos a uma extrema distensão. Nesse processo, sob influência hormonal, pode haver uma separação das faixas do músculo reto abdominal.  É um achado comum na gestação, mas pode causar prejuízo na funcionalidade dessa musculatura, resultando em má postura e dores.

            Os músculos abdominais são unidos por uma faixa fibrosa, composta por fibras colágenas, chamada de linha alba. Essa faixa é encontrada no centro do abdome e se estende desde o processo xifoide (entre as mamas) até a sínfise púbica (local dos pelos pubianos). A separação entre os músculos retos do abdome pode ocorrer em vários pontos do comprimento da linha alba e se apresentar em diferentes larguras . Quando ocorre esse aumento da distância entre músculos é chamado de diástase dos músculos retos abdominais.

Fatores de riscos:

As modificações na composição corporal provenientes da gestação, como aumento do peso, aumento da lordose lombar, anteversão pélvica, está relacionada como um fator de risco para ocorrer diástase abdominal. Além disso, algumas alterações hormonais (relaxina e progesterona) fazem com que os músculos se afastem e causem instabilidade pélvica.

A diástase abdominal também está associada com o enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico, portanto, as gestantes que apresentam diástase podem sofrer com disfunções uroginecológicas, como a perda involuntária de urina e fezes.

Também existem outros fatores de riscos, como idade (acima de 34 anos), nível de atividade física, tamanho da pelve, obesidade, tipo de parto, peso do bebê, muitas gestações, intervalo curto entre gestações.

            Porém os estudos envolvendo gestantes com diástase abdominal são escassos, portanto a etiologia e fatores de riscos ainda não são bem elucidados na literatura.

Como identificar a diástase:

Em gestantes a diástase se encontra como um abaulamento/elevação no centro do abdômen. No pós-parto, a diástase pode ser identificada como uma depressão no centro do abdômen, essas duas podem ser palpadas com o dedo médio e indicador.

Primeiro deite-se de barriga para cima em um local confortável, flexione os joelhos e apoie os pés.Em seguida realize um movimento de elevação da cabeça e ombros (como em um exercício de abdominal tradicional).Palpe a linha média de seu abdômen: 3 cm acima do umbigo, no umbigo e 2 cm abaixo do umbigo.

Se os dedos afundarem durante a palpação, pode ser indicativo de diástase do músculo reto abdominal, porém é necessário certificação de um profissional especializado.

Como prevenir:

A diástase do músculo reto abdominal pode ser prevenida e estabilizada durante a gestação com exercícios e fisioterapia especializada. Lembrando que não se deve realizar qualquer exercício, pois pode agravar a condição. O tratamento deve ser feito com profissional que entenda de biomecânica e fisiologia muscular.

Alguns movimentos e posições devem ser evitados no dia-a-dia, evitando o aumento da pressão intra-abdominal e consequentemente o aumento da distância entre os músculos abdominais na gestação. Segue algumas dicas para evitar o agravamento da diástase abdominal:

1 - Ao se levantar da cama, primeiro vire de lado e apoie os braços para se empurrar e sentar.

2- Evite exercícios abdominais tradicionais e a “prancha”:

3 - Evite exercícios e posição em 4 apoios:

Tratamento da diástase abdominal:

O tratamento varia conforme a avaliação realizada por um profissional capacitado. Diástases severas necessitam ser corrigidas cirurgicamente.

Mas a grande maioria das diástases abdominais desenvolvidas na gestação pode ser reabilitada através de fisioterapia obstétrica.

O importante é procurar um profissional que você confie e saiba avaliar adequadamente para poder dar sequência no melhor tratamento no seu caso. Viver com diástase pode causar sérias complicações e dores intensas na coluna vertebral.

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10 Out 2018

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